Oi gente!
O post de hoje não é um daqueles que vocês estão acostumados a ver por aqui – e que, confesso, prefiro escrever e compartilhar. Não vou falar de todo o mundo cor de rosa que a maternidade me apresentou, das pérolas que minha filha vive dizendo, de como a gente conhece um amor diferente e muito mais profundo quando se torna mãe.
Hoje eu quero falar um pouco sobre um outro mundo, mais obscuro, sombrio e assustador que eu fui obrigada a descobrir – e conhecer, desde que me vi mãe e responsável pelo desenvolvimento e bem estar de uma criança. Nesse mundo, há um número cada vez maior de crianças abandonadas, terceirizadas, violentadas e exploradas de diversas maneiras. Há também coisas que eu nunca tinha ouvido falar – ou prestado atenção antes, como a alienação parental, quando o pai, a mãe ou algum outro familiar manipula a criança para colocá-la contra um outro responsável por ela, geralmente em casos de divórcios litigiosos e disputas pela guarda dos filhos.
Mas tem um outro assunto muito preocupante e grave que tem pipocado nas minhas vistas ultimamente e me assustado bastante: o abuso sexual infantil. Num grupo com milhares de mães no Facebook, só pra citar um exemplo, o tema “bombou” há algumas semanas nos posts – muitos deles anônimos por motivos óbvios – e mostrou que, infelizmente, os abusos ocorrem com muito mais frequência do que a gente imagina, e vindos de pessoas próximas,de quem a maioria de nós nunca ousaria desconfiar. E eu, como mãe, fico surpresa e chocada a cada relato, cada notícia, cada história…
É assustador imaginar que nossos filhos vivem em um mundo onde milhares de crianças sofrem todos os dias com assédio de pais, tios, avôs, vizinhos, professores ou outras pessoas que deveriam estar ali para cuidá-las e defendê-las de qualquer perigo e violência. É triste descobrir esse mundo onde um número cada vez maior de crianças são abandonadas à própria sorte, arrancadas das suas casas e seus países por conta das guerras e do terrorismo, obrigadas a trabalhar enquanto deveriam estar na escola e expostas a tantas outras condições e situações que não condizem com uma infância saudável e feliz, aquela mesma infância que a gente deseja e que luta para que nossos filhos tenham.
Não sei como foi pra vocês, mas comigo é como se todos estes temas indigestos – e muitos outros – tivessem passado praticamente despercebidos durante 25 anos da minha vida e agora caem no meu colo, sem paraquedas. E não vou negar, isso é bem assustador! Dá pra se dizer que essas “revelações” estão naquela caixa de coisas-que-não-te-contaram-sobre-ter-filhos, sabe? Mas que, mais cedo ou mais tarde, você acaba descobrindo por conta própria.
Claro que eu sabia, ainda que superficialmente, de muitas dessas coisas antes e já me comovia com elas. Mas ser mãe – e o amor e cuidado profundos que eu sinto pela minha filha, me abriram mais os olhos para os problemas que cercam a infância e hoje ouvir relatos e notícias sobre casos de abuso e violência infantil me dói na carne, realmente. Porque toda vez que ouço uma história ou vejo o que certas pessoas são capazes de fazer contra uma criança, não há como não pensar que esta criança poderia ser minha filha. E isso dói, revolta, entristece, apavora!
E é por isso tudo que hoje me preocupo em ficar atenta a tudo que acontece com a minha Clarinha e em descobrir maneiras de introduzir esses assuntos com ela, sem apavorá-la, é claro, mas pra que ela saiba o que pode e o que não pode, principalmente o que podem e o que não podem fazer com ela. Infelizmente, algumas situações são difíceis de se prever e muitas vezes temos que “confiar desconfiando”, pois ninguém, absolutamente ninguém está livre de enfrentar uma situação de abuso infantil.
Veja bem, não estou aqui dizendo que você, mãe, deve ficar descrente no mundo ou nas pessoas. Eu mesma luto diariamente contra a ideia de que “o mundo está perdido”, que devo desconfiar de todo mundo e que preciso blindar a minha filha de tudo. Não quero criá-la numa bolha, tenho consciência de que não poderei livrá-la de todo mal. Mas tento estar sempre atenta e, na medida do possível, alerta pra evitar o pior. E é o que aconselho vocês, mães, a fazerem também.
Em outros posts aqui do blog quero falar mais profundamente sobre alguns destes “males” que cercam a infância, com dicas e informações de especialistas, pra nos ajudar a prevenir, identificar e conversar sobre eles com as crianças, se for o caso. Acredito que quanto mais informações tivermos sobre essas questões, melhor preparadas vamos estar pra lidar com elas. Nossas crianças precisam de pais atentos pra continuarem fazendo o que elas merecem e sabem fazer melhor: serem crianças!
E com vocês, também aconteceu de se envolverem e conhecerem mais sobre algumas coisas depois que tiveram filhos? Como tratam sobre esses assuntos, principalmente sobre violência e abuso com as crianças? Têm algum outro tema que gostariam que falássemos sobre aqui no blog? Deixe sua opinião e sugestões aqui nos comentários, que vamos buscar informações com especialistas.
Beijo,
Mari