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Quarentena de mãe – entre o caos e a gratidão

Londrina, 9 de abril de 2020. O mundo enfrenta uma pandemia como há séculos não se via e eu vou descobrindo como é, na real, uma quarentena de mãe solo com a filha sem prazo pra acabar.

Enquanto vejo muita gente reclamar do tédio do isolamento forçado, eu vou tentando dar conta do fluxo de trabalho que aumentou, me deixando sentada na frente do computador 10, 12 horas por dia, de uma casa pra manter minimamente limpa e organizada e, claro, da filha que está sem aulas e com muita energia pra gastar.


Estamos no 23° dia dentro de casa, Clara não colocou os pés pra fora do apartamento nem uma única vez e agora temos um acampamento no meio da sala! Às 22h, depois de muito ouvir pedidos pra parar de trabalhar um pouco e ficar com ela, eu me rendi. Ela fez pipoca (pela primeira vez nos seus 8 anos e meio de vida – pelo menos a quarentena tá servindo pra descobrirmos novas habilidades), fez suco, me ajudou a montar a cabana e cá estamos nós, no caos e simplicidade da nossa casa ❤

Não tá sendo fácil esse tal de isolamento com uma criança num apartamento minúsculo, mas fico imaginando como seria se ela não estivesse aqui comigo. Não teria tanta loucura nem tanto amor.


Londrina, 17 de abril de 2020.

Estamos quase completando 1 mês de isolamento social. Um mês de uma quarentena de mãe e filha juntinhas 24 horas por dia num apartamento, onde o único contato com o “mundo exterior” se dá pelas minhas duas idas ao supermercado até aqui e as entregas de comida na portaria do prédio – sempre regadas a muito álcool em gel e água com sabão, na saída e na chegada. Esse vírus tornou tudo tão “esquisito”…

Um caos amoroso e insano aqui dentro, um respiro divino do céu lá fora

Clara abriu as cortinas e quando olhei esse pôr do sol no horizonte só conseguia pensar que era um presente estar viva – e razoavelmente mentalmente sã – ao final de mais uma semana dessa quarentena maluca.

Uma semana em que pela primeira vez senti um certo ‘baque’ emocional por esses dias estranhos que o mundo vive, em que várias pequenas coisas desandaram e deram errado e também que a Clara iniciou as aulas de casa e, pelamordedeus, foi bem mais desafiador (pra não dizer uma palavra mais pesada) do que eu previa.

Sabe quando uma certa tensão paira no ar? Pois então, tô sentindo isso. Agora veja só: enquanto eu escrevia, um louva-deus invadiu a sala, Clara teve um pequeno ataque de pânico e quase me mata de susto com os gritos. Não fosse por ter visto o inseto, diria que estávamos diante de um Apocalipse zumbi na minha sala.

Mas é isso, sinto que estamos, todos, com os nervos à flor da pele, tentando disfarçar o medo e nos manter positivos diante de uma situação que definitivamente não estávamos preparados pra enfrentar. Louva-deus deve ser sinal de sorte né? Sim, porque senão não teria Deus no nome. Que seja então um prenúncio de dias melhores, aqui no nosso apartamento caótico e no mundo idem.

quarentena-de-mae

Tá terminando a quarta semana da quarentena e a gente tá vivo. Isso deve ser motivo mais do que suficiente pra achar que um por do sol lindo é um milagre digno de ser apreciado com gratidão.

Textos adaptados de posts que tenho compartilhado no meu perfil do Instagram. Siga a gente por lá e acompanhe mais do nosso dia a dia e das minhas filosofias cotidianas 🙂
E por aí, como tem sido sua quarentena de mãe?

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