Vou confessar, eu sou dessas pessoas que ficam vendo fotos (como essa acima) e vídeos de bebê brincando com cachorro e achando essa convivência entre animal de estimação e criança a coisa mais fofa do mundo! Só que, por várias razões (principalmente por morar em apartamento) já desisti algumas vezes de ter um bichinho em casa.
Imagino que, assim como eu, muitos pais tenham essa vontade de ter um animal de estimação em casa mas acabam tendo muitas dúvidas sobre como seria essa convivência do animal com o filho, especialmente se ele ainda for bebê ou uma criança muito pequena. “Será que o meu filho está pronto para ter um animal de estimação?”, ou “Existem riscos para a saúde da criança ?” são algumas das perguntas que muitas mães se fazem no momento de tomar a decisão de ter ou não um pet em casa, né?
Peditra fala sobre os benefícios dessa convivência
A pediatra Maria Júlia Carvalho explica que alergias a animais de estimação ocorrem em uma porcentagem pequena da população, apenas 10%, sendo as mais comuns a rinite, asma e erupções cutâneas. Além disso, o organismo de crianças que têm contato com animais desde pequenas passará a tolerar mais as reações alérgicas.
Um estudo feito na Universidade de Munique, envolvendo milhares de crianças que foram monitoradas desde o nascimento até os 6 anos com coletas seriadas de sangue, mostrou que aquelas que conviviam com cachorro dentro de casa apresentavam menor risco de desenvolver sensibilidade a pelos, pólen, poeira e outros agentes alergênicos inaláveis do que crianças sem cães. Outro grande estudo concluiu que crianças expostas à presença de um cachorro durante o primeiro ano de vida apresentaram uma queda de 13% no risco de desenvolver asma durante a infância e que, quando o contato era aumentado para outros animais (como numa fazenda por exemplo), a queda poderia ser de até 50%.
Além disso, pesquisadores do departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo, mostrou que a companhia de um bicho reduz as chances de desenvolver resfriados e outras doenças nos pequenos pois há um fortalecimento do sistema imunológico secundário ao aumento dos níveis de imunoglobulina A, um anticorpo presente nas mucosas que evita a proliferação viral ou bacteriana.
Bichinhos também ajudam no desenvolvimento
Além da melhora do sistema imunológico, um benefício inquestionável é o companheirismo e os diversos estímulos que o animal provoca na criança – o bebê exercita a coordenação motora fina ao ter de controlar sua força para fazer um carinho; o treino da marcha ao engatinhar ou tentar andar atrás do animal; olfato, visão e audição são incitados pelos sons, cheiros e movimentos dos bichinhos. Juntos, eles também aprenderão a respeitar o espaço um do outro.
O contato com animais ativa áreas do cérebro relacionadas com as emoções. Não é por outro motivo que terapeutas lançaram mão da terapia com animais para tratar crianças hospitalizadas ou com deficiências mentais. Ou seja, conviver com um animal de estimação é um excelente treino para a afetividade, segundo a pediatra.
Ainda de acordo com a especialista, a melhor idade para ter animais de estimação não é concreta, porém, é recomendado que os pais esperem até a criança desenvolver uma boa maturidade motora e grau de entendimento para compreender a importância de cuidar e amar o bichinho que fará parte da família. “Geralmente, crianças a partir de 4 anos conseguem ter um bom entendimento a respeito dos animais de estimação e respeitar as regras”, diz Maria Júlia.
E para quem já tem um animal de estimação e acabou de aumentar a família ou tem um bebê que ainda está por vir, é preciso tomar alguns cuidados. A médica ressalta que o animal pode e deve ser apresentado ao novo membro da família, mas esse contato deve ser sempre supervisionado por um adulto. Outro lembrete importante é sempre atualizar as vacinas do animal.
E aí na casa de vocês, tem bichinhos de estimação na família também? Como é a relação entre eles e as crianças?
Por aqui a Clara tem certo pavor de cachorro, não sei bem o porquê e apesar de vez ou outra pensar na possibilidade de adotar um cãozinho pra tentar ajudá-la a vencer esse medo, acho que ainda não seria uma boa hora pra isso. Mas gostaria muito que ela tivesse esse contato mais próximo com animais, eu tenho lembranças ótimas da minha infância com cachorro em casa e acho que realmente esse convívio faz muito bem pras crianças, como a pediatra citou no post. Quem sabe daqui um tempo eu não crie coragem! hehe
Beijos,
Mari
*Dra. Maria Julia Carvalho é formada pela UNICAMP (2004-2009). Fez residência em pediatria pela Santa Casa de SP (2010-2012). E é especialista em oncohematologia infantil pela Santa Casa de São Paulo (2012-2014). Plantonista na unidade de internação do hospital infantil Sabara e na UPA do Einstein de Perdizes.
** Informações: Medellin Comunicação