Home Vida de Mãe A nova e louca rotina da mãe que parou de trabalhar fora (eu mesma)

A nova e louca rotina da mãe que parou de trabalhar fora (eu mesma)

Um mês se passou desde o meu último dia de aviso prévio. Dois meses desde o dia que experimentei pela primeira vez o medo, a ansiedade e o frio na barriga de pedir demissão. Não, essa não é a primeira vez que eu me vejo no papel da mãe que parou de trabalhar fora depois que a Clara nasceu, mas a experiência está sendo diferente dessa vez.

 

Dessa vez a escolha foi minha, a decisão foi planejada (até a página dois, mas foi) e por isso o peso da responsabilidade sobre ela também está sendo maior. Afinal, agora eu sou a mãe que parou de trabalhar fora por livre e espontânea loucura vontade.

 

mae-que-para-de-trabalhar-fora
Nesses últimos 30 dias eu ouvi algumas dezenas de reações diferentes sobre a minha decisão, recebi alguns incentivos (os mais importantes, diga-se de passagem) e também alguns comentários do tipo “então agora você não tá fazendo nada?” ou “que maravilha, hein?!”, mas tenho tentado não fazer nenhum juízo de valor sobre eles.
Também já passei por todas as fases que poderia passar uma mãe que deixa de trabalhar fora pra “ficar em casa”: a alegria de estar “de férias” das obrigações com chefes e horários, a dúvida de ter feito a melhor escolha, a sensação de que agora eu trabalho mais ainda que antes, a liberdade de poder escolher meus horários e o que vou fazer com o meu tempo e…tempo? Que tempo? Taí uma coisa bem relativa.
Em 1 mês, o sonho de tirar um cochilo depois do almoço durante a semana ainda não foi realizado. Sentar para ler um livro? Só mesmo pra fazer pose pra foto que ilustra o final desse post.  Tem dias que  o tempo ainda me falta, mas também tô aprendendo a conviver com o fato de que, mesmo em casa, não dá pra fazer tudo que eu gostaria.
E por falar na casa, eu e ela temos vivido entre tapas e beijos, um tórrido caso de amor e vontade de fugir. Uma das coisas que pensei quando decidi pedir demissão era que teria mais tempo e disposição pra manter tudo arrumado, pra cuidar da casa, pra deixá-la mais a nossa cara, pra ser uma legítima dona-de-casa (mesmo nunca tendo gostado de afazeres domésticos, eu confesso).
Mas a verdade é que ainda tem dias em que a sala  vai dormir (muito) bagunçada, que a pia amanhece cheia de louça suja e que nem a cama eu arrumo. Tá, tudo bem, nunca fui e talvez nunca venha a ser a dona de casa exemplar – e posso viver muito bem com isso, mas estou tentando manter nossa casa minimamente organizada, enquanto também tento manter minhas outras funções e projetos caminhando também.
E quanto a trabalhar em casa, bom, talvez você já tenha ouvido falar que isso tá longe de ser aquele paraíso que a gente imagina. As distrações são maiores, assim como a auto-cobrança, e se a gente não tiver foco, o dia passa e a gente não conseguiu terminar nada que se propôs a fazer. Eu, uma geminiana que só faz pensar – e querer – umas 100 coisas ao mesmo tempo, ainda tô tentando me adaptar a essa nova rotina.
Bom, e sobre o tempo maior pra cuidar da Clara? Tem dias que realmente “sobra”, tem dias que eu me obrigo a deixar as outras tarefas de lado pra dar atenção total a ela e tem outros em que eu vou dormir ouvindo ela me dizer que eu passei o dia no celular e no computador. Sim, isso é triste. Mas tento compensar dias assim com outros que poderiam me render um troféuzinho de mão do ano!
Ela foi uma das pessoas que mais vibrou com a minha decisão de parar de trabalhar fora. A princípio não entendeu muito porque eu a levaria pra escola e voltaria pra casa (“vai fazer o que a tarde inteira em casa?” “por que você não precisa ir mais pro escritório e eu ainda tenho que ira pra escola?”), mas quando percebeu que tempo pra eu trabalhar nos meus projetos durante a tarde – o que antes eu fazia, ou tentava fazer, nos horários em que ela estava em casa – signifcaria mais tempo pra brincar e dar atenção a ela quando tivesse em casa, ela ficou animada com a mudança! Agora resta conseguir organizar toda essa nova e louca rotina pra conseguir focar em uma coisa de cada vez. Dever de casa pra essa mãe geminiana e um pouco confusa.
Enfim, ficar em casa não está sendo as mil maravilhas, mas eu também já imaginava que não seria. Só que entre expectativas mortas e julgamentos feridos,  no fim das contas a balança tá pesando mais pro lado do “tá valendo à pena”. E quando me perguntam “ah, então agora você tá SÓ ficando em casa?” eu sorrio e aceno porque é bem provável que essa pessoa nunca tenha sido uma mãe/dona de casa/empreendedora-home-office na vida. Além do mais, eu já tenho as minhas próprias cobranças, neuras e julgamentos para lidar.
E, vou te dizer, isso não é pouca coisa não.
mae-home-office
Tempo pra ler um livro todinho em paz: continuo sonhando
Quer ler outros relatos/devaneios sobre essa questão de trabalhar ou não trabalhar fora? Já escrevi sobre isso nestes posts:
Beijo,
Mari

You may also like

Leave a Comment