Aos 4 ela diz que não gosta de tiaras, que adora mexerica, que tem medo de palhaço – e de cachorro.
Aos 4 ela é uma criança tímida com quem não tem intimidade, mas pega intimidade em 5 minutos de boa conversa ou 2 minutos da brincadeira certa.
É uma criança doce, de sorriso fácil e que adora dar abraços apertados.
Aos 4 ela muda de ideia. Esquece que não gostava da tiara, aceita usar sem questionar nadinha e ainda se acha linda com ela.
Aí ela lembra que agora não gosta mais de mexerica, faz carinho num cachorro desconhecido e diz que tá com saudade do circo – e do palhaço.
Aos 4 ela acorda de pá virada, perde a doçura, não quer mais beijo. Abraço, então, nem pensar!
Tem dias que, aos 4, me faz esquecer de quem ela já foi lá atrás, tipo assim…lá pelos 4 anos.
Aí o sol se põe, a noite vem, o sol nasce outro vez e, junto com ele, parece nascer uma nova menininha aos 4 anos, meio igual, meio diferente, meio sem saber, mas com o olhar de sempre.
E aí eu vejo que era ela, sempre foi ela, minha menininha, quem esteve ali todos os dias desses 4 anos, 9 meses e 10 dias. Era ela, sempre é , mesmo quando não a reconheço muito bem.
É provável que nem ela se reconheça muito bem, por isso mesmo experimenta tantas versões dela mesma, pra se descobrir, pra descobrir quem ela vai querer ser daqui uns anos, daqui bem mais que 4 anos.
Leia também outras Crônicas Maternas escritas por mim aqui no blog.
Beijos,
Mari