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A mãe, aquela santa!

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Quando eu descobri que estava grávida, depois do susto e tudo mais, me deu um certo medinho de não ser boa o suficiente pra ocupar aquele cargo imaculado, idolatrado, salve-salve de: MÃE! Sim, por que a impressão que tenho é que toda mãe é – ou deveria ser – uma santa na Terra!

Eu gostaria de saber por que, cargas d’água, inventaram que o fato de uma mulher dar à luz uma criança transforma-a, automaticamente, em alguém não passível de erro.

Funciona mais ou menos assim na cabeça das pessoas: o pai pode querer sair com os amigos pra relaxar da louca missão de dar conta dos filhos – e ainda assim continuar sendo um bom pai, mas a mãe não! O pai pode falar uma bobagem qualquer pra escapar da responsabilidade de dizer não de vez em quando, só que pra mãe isso é inadmissível. Qualquer ser humano pode priorizar a sua própria vontade às vezes, mas uma mãe… ah, uma boa mãe sempre põe o filho em primeiríssimo lugar!

Que coisa chata isso!

Um dos maiores clichês da maternidade diz que “mãe erra querendo acertar”. Verdade, na maioria dos casos, com a maioria das mães, é assim. Mas vamos aceitar que mãe também erra porque é teimosa e mete os pés pelas mãos, porque acha que é a sabe-tudo, porque não faz ideia do que é o certo em determinadas situações ou simplesmente porque, como todo mundo, faz suas idiotices mesmo (e se arrepende cinco minutos depois).

Sim, minha gente, parem de achar que mãe é boazinha 24 horas por dia, 365 dias por ano. Que tudo o que ela faz é pensando no bem da humanidade – ou dos seus filhos. Parem de criar a expectativa de uma maternagem “pura” e imune a momentos de, com o perdão da palavra, “foda-se todo mundo” de vez em quando. Deixem as mães errarem, ferrarem com tudo e descobrirem por si só que fizeram uma bela de uma cagada.

Sabem por que estou dizendo isso? Porque eu odeio quando faço alguma coisa fora da cartilha da boa mãe e alguém insinua algo como “ué, mas você não é a mãe perfeita que tem um blog?”, mesmo que seja em tom de brincadeira. Não, eu não sou a mãe perfeita que tem um blog. Eu não sou perfeita! Aliás, quando foi que eu disse isso? Se alguém teve essa impressão – ou essa certeza – lendo algum post meu aqui no blog ou conversando comigo cara a cara, sinto dizer que esse alguém não entendeu nada do que eu quis dizer.

Mas não foi só por isso que toquei nessa ferida nesse assunto. Foi também pra dizer pra você, mãe, que tá aí com medo de não atender a expectativa das pessoas – e suas próprias -, com medo de vacilar e de não ser respeitada mais como mãe, de perder o seu “poder” se, por acaso, baixar a guarda e mostrar as suas fraquezas por trás do escudo-da-mãe-perfeita, que isso tudo é bobagem!

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Não que errar seja algo maravilhoso, mas também não é de todo ruim, pode crer! Na minha opinião não-científica, o “segredo” pra ser uma mãe suficientemente boa, além do amor incondicional e tudo mais que a gente tá cansado de saber, é um conjunto de três coisas: confiar no seu instinto materno, aceitar que você não sabe tudo e aprender com o que não deu certo.

Viu bem? Na minha lista não consta “abrir mão de todos os seus sonhos pra se dedicar exclusivamente ao filho”, nem “deixar a amor-próprio de lado pra fazer o filho feliz a vida inteira”. Ser uma boa mãe não significa ser mártir da sua própria história de vida.

Confiando no seu instinto de mãe, você vai saber escapar de muitas roubadas por si só e descobrir muitas soluções que nem imaginava para as dúvidas e perrengues do dia a dia. Aceitando que não sabe de tudo, você deixa de se cobrar tanto por 100% de acertos, afinal, você não tem mesmo a obrigação de saber o que fazer sempre. E aprendendo com os erros passados, bom, essa já é auto-explicativa, né? Aprender com os próprios erros é uma ótima forma de não voltar a cometê-los no futuro (o que não impede necessariamente de cometermos novos, mas aí é outra história).

Então, mundo, vamos tirar a mãe de cima desse altar e dar a ela o direito de não ser perfeita?

A gente agradece!

 

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4 comments

Lucy 7 de abril de 2015 - 7:42 pm

Mariella, parece que você leu meu pensamento. Estou grávida do meu primeiro filho e também tenho esse medo de não dar conta de ser uma mãe perfeita pra ele, de dar conta de tudo. Foi um alívio ver esse seu texto! Tô um pouco mais tranquila..hihi

Bjus

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Carol Abrantes 7 de abril de 2015 - 7:46 pm

hahahaha
é bem assim mesmo, parece que as pessoas ficam acompanhando a gente só esperando alguma coisa dar errada pra falar “tá vendo, eu avisei!”. Já sofri bastante por achar que não estava sendo essa mãe maravilhosa que queria ser, mas hoje sei que faço o que posso e que tá tudo certo.

Parabéns pelo post!

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Nathalia Frota 7 de abril de 2015 - 7:51 pm

Ufa, achava que era a única que tava de saco cheio dessa cobrança pela perfeição! Ninguem eh perfeito mesmo, mas acho que é suficiente fazer pelos nossos filhos o máximo que conseguimos.
Se eles estão felizes e saudáveis, já tá valendo.

Beijo

Nath

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Jaqueline Cristina 7 de abril de 2015 - 7:56 pm

Concordo com você Mari. Sou a favor das mães que movem céus e terra pela saúde e felicidade dos filhos, eu faria o mesmo se precisasse, mas isso não impede que a gente tenha nossas falhas e até mesmo outros sonhos, além dos filhos.
Temos que fazer aquilo que nos faz felizes, né?

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