Home Desenvolvimento Infantil Separação dos filhos: como sobreviver?

Separação dos filhos: como sobreviver?

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“Como você consegue ficar longe dela?”

Essa é uma das perguntas que eu mais ouço e leio, toda vez que falo sobre as viagens da Clara sem mim, como ontem, quando publiquei no blog e nas redes sociais o texto “A casa vazia“.  Outras tantas dizem algo do tipo “Se fosse comigo, eu não ia conseguir” ou então “não quero nem pensar quando for a minha vez”.

 

Por isso hoje resolvi falar como é, afinal, ficar longe de um filho tão novinho (pra mim, ela vai ser sempre um bebê..haha).

 

Pra quem chegou agora ou não se lembra, a primeira viagem da Clara foi o ano passado, quando ela tinha 2 anos e 9 meses. Na verdade, a PRIMEIRA experiência mesmo foi um pouquinho antes, e acho que nunca contei aqui o perrengue que foi! Resumidamente, ela foi com os avós pra casa deles pra encontrar o pai (nessa época nós estávamos separados, outra coisa que nunca contei, mas é assunto pra outro post). Era uma sexta-feira e, pra não ficar em casa chorando de medo e saudade, eu resolvi sair com minha amiga e comadre pra pegar uma baladinha de leve. Eis que no meio na noite, no “ápice” da tal noitada, pego o celular e tinha uma ligação dele: Clara estava vomitando horrores e ele estava voltando com ela pra Londrina. Resultado: saí da balada direto pro hospital, com peso na consciência por ter saído de casa. O diagnóstico foi de virose (sempre!), mas fiquei na cabeça que podia ser alguma coisa relacionada à nossa separação e aquilo me deixou com mais medo ainda na próxima tentativa.

 

Pois bem, pouco tempo depois foi a vez de tirar a prova dos nove. Clara foi novamente com os meus sogros pra passar o final de semana com eles e com o papai. Contei aqui num dos primeiros posts do #diariodemaesemfilha, com ela saindo feliz e contente com a sua mochila nas costas. Foi difícil, eu fiquei aqui em casa com o coração na mão, rezando em primeiro lugar pra nada de ruim acontecer com ela. Mas aí, quando soube que ela tinha chegado bem lá e que estava tranquila, eu procurei me tranquilizar também. Afinal, eu tinha duas opções: passar aqueles dias chorando, pensando nela 24 horas por dia e lamentando por ela estar longe de mim ou aproveitar esse tempo só meu pra relaxar, fazer o que eu gosto, enfim, curtir a minha própria companhia. Escolhi a segunda opção. Saí, assisti filmes e mais filmes, escrevi, li e dormi até não querer mais! Os três dias passaram, ela voltou e nós duas sobrevivemos muito bem, obrigada.

 

Na segunda vez, foi mais difícil um pouco pois ela ficou longe nove longos dias. Eu ainda não trabalhava fora, mas como eu e o pai não estávamos juntos, obviamente ela foi sozinha. Não queria, mas não tinha opção. Era um direito dele passar esse tempo com ela também, então assim foi. No início eu fiquei bem, fiz o que tinha feito da primeira vez. Mas a partir do 5º dia já foi me batendo uma saudade enooorme, uma dorzinha no coração mesmo. Tentava não pensar muito nela, sabia que ela estava bem lá (nos falávamos quase todos os dias por telefone), mas comecei a sentir falta daquela loucura que é ter uma criança em casa (e que a gente tanto reclama, né?). Quando ela chegou, foi uma alegria só!!!

 

Pois bem, nossa terceira experiência está sendo agora nas #feriassemmamae. Clara está na casa da avó desde o ano novo e, como eu tive que voltar pra Londrina pra trabalhar, eu e o marido (que agora já é marido de novo..rs) decidimos que ela ficaria lá com eles e eu a veria nos finais de semana. Ficou mais fácil por ser a terceira vez que fico longe dela? Acho que não. Como disse a algumas de vocês aqui, acho que na verdade a gente vai se adaptando, se acostumando de certa forma. Mas é claro que eu penso nela várias vezes por dia, que fico com saudade e querendo que as aulas recomessem logo e que ela volte pra casa. Mas, por outro lado, também não acharia justo privá-la de passar esses dias com as primas na casa dos avós, de curtir as férias como se deve, sem a rotina de sempre. Seria muito egoísmo meu, entendem?

 

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Acredito que estamos nos saindo bem, eu e ela. Pra falar a verdade, ela tá a-man-do ficar lá, por ela ela nem voltava…hahaha E isso ao mesmo tempo me deixa triste (como assim meu bebê vive bem longe de mim?) e feliz, por ver que ela é uma criança “bem resolvida” e que se adapta bem às mudanças.

 

 

Pra você que disse que não conseguiria ficar longe dos filhos, que não aguentaria, eu digo: consegue sim! Só depende de você e de como você encara esse momento: se você ficar insegura, seu filho também ficará. Se você ficar chorando, ele também vai chorar. E por mais que seja difícil resistir à tentação de concluir que seu filho não ficará bem sem você por perto, resista! Um tempo separados não vai diminuir o amor que ele sente por você (ouso dizer que até aumenta..rs). Ele não vai esquecer de você, nunca!

 

Mas se você precisa ou pretende ficar alguns dias longe da cria, também não se esqueça de levar em conta a idade, necessidades e o perfil dela. Eu, por exemplo, acho que não conseguiria deixar a Clara ficar muito tempo longe de mim antes dos 2 anos. Se achar que a criança não está pronta pra essa separação, adie, vá aos poucos, respeitando seus sentimentos. Sei que tem mães, principalmente as que são separadas, que não tem muita escolha (já vivi isso na pele), mas converse bastante, tente chegar num acordo que seja saudável para todos, principalmente pra criança.

 

E se chegar a hora, não se desespere! Aproveite essa oportunidade para  reencontrar-se e reconectar-se com você mesma. Lembre das coisas que você adorava fazer antes e que depois de ser mãe deixou de fazer, ocupe sua mente com coisas que te façam bem. Acredite, seu filho vai adorar encontrar a mamãe relaxada e feliz quando voltar! Como diria Obama: “Yes, we can!” :)Beijos e força na peruca!

Mari

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1 comment

Giovanni 21 de janeiro de 2015 - 11:51 pm

Vou mandar este link pra minha mãe. Hahahhahahaha

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