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Parto prematuro – A história da Maiara e da Sarah

Quando coloquei um post na fanpage pedindo a ajuda de mães de prematuros que quisessem compartilhar suas histórias no blog, a leitora Maiara Coutinho foi uma das primeiras a se prontificar para participar!

Então hoje chegou a vez dela contar um pouco sobre a experiência de ter sua filha Sarah Emanuelle, de parto normal, com 33 semanas de gestação. A Sarah nasceu no dia 05 de maio de 2011, infelizmente em um parto nada humanizado (como foi o da Marília que contamos aqui na terça-feira) e que exigiu muita força e coragem da mãe.

Confiram essa história completa e o seu desfecho no relato da Maiara para o blog:

Caderninho da Mamãe – Qual foi a causa do parto prematuro? Havia algum risco já existente no decorrer da gravidez?

Acredito que a causa para o parto prematuro da minha bebê tenha sido o estresse. Passava por problemas financeiros, estava há uns sete meses sem receber e problemas conjugais.

CDM – Quando e como você soube que ela iria nascer antes da hora? O que você sentiu nesse momento? E a família?

No dia 04 de maio de 2011 fui à noite para a faculdade normalmente, como sempre fazia. A barriga ainda estava pequena, estava fazendo trabalhos, ia pra cima e pra baixo. Quando eu estava na lan house em frente a faculdade senti umas dores meio fortes, mas jamais pensei que fosse a bebê que já ia  nascer. E como eu estava chateada com o pai dela, não liguei pra ele. Liguei pra minha mãe ir me buscar na faculdade.  No caminho, sentia algum líquido escorrendo.. Mas também não comentei nada! Pensei que fosse normal! Cheguei em casa e coloquei uma toalha em cima da cama, para caso saísse mais líquido não sujasse a cama. Quando foi de manhã eu não aguentava mais de tanta dor, tanta contração. Estava sozinha em casa. Nessa época eu e meu esposo não morávamos juntos. Minha mãe estava trabalhando. Eu liguei pra minha mãe, ela foi me buscar em casa, depois foi buscar meu marido e corremos para a maternidade. Isso era por volta de 12:00hrs.

CDM – E como foi o trabalho de parto?

Fiquei apavorada! Tava sentindo muita dor!  Minha sogra pensava que eles iam aplicar algum medicamento pra segurar o bebê, mas eu já tinha perdido muito líquido, ia constantemente ao banheiro. Foi horrível! Fui atendida pra fazer o exame do toque as 17:00 hrs e durante esse tempo ia pra lá e pra cá. Minha barriga já nem aparecia mais.. Fui chamada pra sala de pré parto as 18:30hrs. Várias mulheres gritando de dor. E mais eu. Foi muito sofrido, não aguentava mais tanta dor! Eles aplicaram aquela medicação pra diminuir o tempo de contração.

Às 19:40hrs tive o bebê ali mesmo, na sala de pré-parto, com a minha mãe segurando minha mão. Gritava de dor e nenhum médico vinha me ver.  Só vieram depois que a bebê nasceu, pra cortar o cordão umbilical! Minha mãe pensava que ela tivesse nascido morta, pois não chorou, estava roxa. Foi horrível! Mas graças à Deus foram só alguns momentos ruins naquela maternidade.

CDM – Qual o tamanho dela ao nascer?

Ela nasceu com 1.730 g e 40 cm

 

CDM – Quanto tempo ela ficou no hospital e como foi a evolução dela neste período?

Ela ficou internada por 30 dias. Na realidade, ela ficou 15 dias entre a ala A e B da maternidade. Cheia de tubos, pra limpar o pulmãozinho dela, com sonda, toda de furada de agulhas. Até rasparam a cabecinha dela pra ver se conseguiam pegar veia. Ela ficou de dieta zero, chegou a 1.400g., Muito magrinha!

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CDM – E sua recuperação do parto?

Minha recuperação foi ótima! Como tive parto normal no outro dia agia normalmente! A  única coisa sofrida foi que só eu tive alta. Fui pra casa sem minha bebê, ela ficou internada. Eu sentia dor também, pois como eu não estava amamentando ( ela estava de dieta zero ) meu seio ficou muito inchado, doía horrores! Não gosto nem de lembrar. Fazíamos de tudo: massagens, tentávamos tirar o leite, meu marido sugava… Meus seios pesavam muito!

CDM – Você teve alta e ela permaneceu internada…como era a rotina de vocês no hospital?

Eu tinha um horário  fixo pra visitá-la todos os dias. No início só a olhava, depois comecei a tocá-la. Passado uma semana, no horário de visita, trocava a fralda! Era muito difícil, ela era muito pequena, tínhamos que enrolar em várias mantas. Depois comecei a tirar leite para doar pra ela, que tomava pela sonda. A visitava todos os dias, de manha e a tarde! Tinha enfermeiras que eram grosseiras, outras atenciosas. Eu não podia ficar lá na maternidade pois não tinha espaço mais no quarto onde ficavam as mãezinhas dos prematuros. Consegui um lugar pra ficar, a casa de uma pessoa conhecida atrás da maternidade, só pra ficar mais perto da minha baby.  Fazia as refeiçoes junto com as outras mãezinhas.

Depois de quinze dias,  a liberaram pra ir pra enfermaria comigo.  Ela ainda nem conseguia mamar em mim, era muito pequena. Ficamos mais duas semanas na enfermaria, pois ela só podia ter alta quando atingisse os 2Kg.  Era muito difícil, pois ela mamava pouco. Dormia e não queria acordar. Aquelas duas semanas foram uma eternidade. Todo dia íamos pesar. No fim, contamos com a ajuda de uma enfermeira pra saírmos mais cedo do hospital, pois corria o risco de ela pegar alguma infecção. Ela estava bem, só não queria engordar!

 

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CDM – E após ela receber alta, como foi essa adaptação em casa? Quais as maiores dificuldades?

Nós não fomos direto pra casa da minha mãe, viemos pra casa do meu marido. Eu vivia isolada, ninguém me visitava.  Só deixava pegarem nela depois que lavassem as mãos e não deixava tocarem nas mãozinhas. A maior dificuldade foi pelo fato dela ser muito pequena, tinha dificuldade em carregar, dar banho..

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CDM – Passada essa fase mais crítica, como ela se desenvolveu? 

A Sarah tem um desenvolvimento super normal, fala pelos cotovelos! Acho até inteligente demais pra idade dela. E demais hiperativa! Pode brincar o dia todo que não se cansa, não quer dormir! O único problema é que ela é magrinha, pode comer, comer e não engorda!

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CDM – O que você acha que aprendeu de mais importante com essa experiência?

Aprendi que não vale a pena se estressar à toa, nossos filhos valem mais que qualquer outra coisa nesse mundo. Muitas vezes deixava de comer..  E quanto mais nós podermos preservá-los, melhor pra nós e melhor pra eles!

CDM – Poderia dizer alguma coisa para outras mães que estejam passando ou venham a passar por um parto prematuro?

Diria que é difícil, mas não impossível! É como se o bebê se desenvolvesse fora da nossa barriga. Zelo ao máximo! Quanto menos estresse e mais amor, melhor!

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Maiara, muito obrigada por contar essa história pra mim e pra todos os leitores do blog! Sua história é, sem dúvida, inspiração pra todas nós mães e mulheres!

Beijo,

Mari

 

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