Fato é que todo mundo vive dando ou recebendo um conselho de alguém. É da natureza do homem se meter na vida alheia, com menos ou mais frequência, com boas ou más intenções. E no louco universo da criação dos filhos não seria diferente, claro.
Quem nunca ouviu “orientações” preciosas da mãe, da sogra, daquela tia super querida ou da amiga que te adora e adora seu(s) filho(s)? Sorte a nossa que temos estas pessoas por perto.
E quem nunca recebeu dicas da senhorinha que conheceu no ponto de ônibus, do porteiro do prédio da sobrinha da cunhada do seu primo, daquela amiga solteirona da sua vó ou do tiozinho que conheceu passeando com o cachorro? Sorte a sua se desconhece estes casos!
Vamos combinar, a gente ouve (e lê) muita coisa bacana que nos ajuda bastante mas também ouve (e lê) muita bobagem. É como se o fato de você estar grávida ou se tornar mãe de primeira (às vezes até de segunda, terceira…) viagem desse o direito de geral sair palpitando sobre tudo o que diz respeito a sua vida. As intenções são quase sempre boas, mas tem gente que exagera na dose.
Calma, meus amigos, não estou dizendo que não gosto de ouvir a opinião de vocês. Muitas vezes, aliás, sou eu mesmo que peço e os conselhos me são muito úteis. Estou me referindo àquelas pessoas que “quando Deus te desenhou esqueceu de te dar bom senso”, sabe?
Aquele tipo de pessoa que não se contenta só em dar palpite, mas que quer te obrigar a seguir suas preciosas recomendações ou que acham que você, por não fazer do jeito que elas fazem – ou acham que fariam – está completamente equivocada.
Eu, por sorte, não encontrei muitos destes tipos na minha jornada de mãe até aqui. Mas os poucos que conheço (e alguns insistem em marcar presença) já valem por 20. Imagina só: a pessoa, que se orgulha em dizer que teve 4 ou 5 filhos, todos já bem criados, chega na sua casa às 9 e meia da noite (quem em sã consciência visita um bebê as 9 e meia da noite, Brasiiil??), chega falando alto, nem bem te cumprimenta (até porque depois de 4 anos ela ainda não decorou o seu nome) e já solta logo um “aaai, essa menina sem meia, vai pegar uma friagem. Vai lá, pega uma meia pra por no pé dela, bem”.
Dois minutos depois o “conselho” é para dar água, porque a criança deve estar morrendo de sede (enquanto ela ainda só toma leite materno). Em seguida, a pessoa solta um “Ai, menina, eu acho que ela vai largar o peito já já, viu”, seguido por um “porque você usa protetor no berço? Isso abafa muito e deixa ela com calor”.
Aahhhh, eu quero morrer!! Quer dizer, matar um! Pena que a gente não possa dar um passa fora e mandar a pessoa arrumar uma louça pra lavar na casa dela, né? Infeliz da pessoa que inventou as boas maneiras! Tem horas que acho que sem elas seríamos muito mais felizes.
E é por isso que eu penso: muito ajuda quem não atrapalha. Tenho descoberto nos últimos meses que informação é sempre válida, mas é preciso filtrar tudo que chega aos nossos ouvidos, com o risco de enlouquecer de vez.
Também tento policiar a mim mesma, porque sei que é difícil resistir a algumas situações em que a gente acha que só a gente sabe como resolver aquele problema pelo qual outra mãe está passando. Cada dia mais eu me convenço de que, quase sempre, é o instinto da mãe que deve falar mais alto.
O problema do outro pode parecer muito semelhante ao nosso, mas nunca é igual. Uma mãe nunca é idêntica à outra, assim como um filho nunca é idêntico ao outro. Por isso que a gente pode até tentar ajudar, compartilhando nossas experiências pessoais (inclusive é pra isso que serve este blog) mas deve respeitar o limite da boa educação e do respeito. Resumindo, há de se tomar SEMANCOL, aquele remedinho milagroso que deveria ser receitado a todas as pessoas do universo, sem distinção.
3 comments
É bem isso mesmo Mari, as pessoas adoram se meter na vida da gente, mesmo que não seja por mal. A gente é que tem que saber oq é relevante e oq não é. E essa pessoa chata aí que você decreveu, parece que to vendo uma aqui na minha frente! hahahaha
Beijo flor
Queridaaaaaaaaaaa…. que tuuudo esse post!!! Já há uns dias eu estava pensado em escrever algo parecido!! Confesso que eu não teria a mesma sutileza que vc teve!! Confesso que ando estressada com esse povo entrão… Cá pra nós, conselho é muito bom obrigada, mas o tal do pitaco ninguém merece!! Quem perguntou mesmo hein??? kkkkkkkk
Adorei!
Beijos enormes da mamãe aqui que adora esse cantinho!!www.jeitinhos.blogspot.com
Menina, pior que é verdade o que vc disse e sempre vai ter essas pessoas no nosso caminho. Eu tbem sempre fico me policiando para ver se não estou sendo inconveniente. Minha cunhada está grávida e já vi gente falando besteira para ela. Eu tento ser diferente com ela, pois sofri muito com os palpiteiros de plantão. Depois que a minha filha nasceu, eu já escutei muita barbaridade tbem e fico puta da cara quando alguém me diz como eu devo cuidar da minha filha. Tipo: dá licença que a filha é minha? Lógico que as vezes dicas e sugestões são bem vindas, mas a pessoa devia saber a hora de parar de falar e o que falar né… bjo